segunda-feira, 24 de março de 2014

E se a gente usasse 100% do cérebro?

 
O que aconteceria se a gente usasse 100% do cérebro? 
 
Bruna Maia e Ivan Martínez

Na verdade, a gente até usa. Só que não 100% dos 100%. Um ato tão simples quanto conversar com o colega ao lado pode ativar todas as áreas do cérebro. Mas só uma parte do potencial de cada uma. Se todas as áreas funcionassem em potência máxima, e ao mesmo tempo, teríamos uma capacidade de digerir informações, sensações e pensamentos muito maior. 

É como um computador: usando todos os seus recursos, o cérebro teria muito mais capacidade de processamento. Não ganharíamos superpoderes. Mas quebrar códigos, tirar conclusões e analisar situações seriam tarefas muito mais fáceis. Como não existe registro de homem que tenha vivido com essa supermáquina na cabeça, a referência mais próxima são os superdotados, que têm maior capacidade de raciocínio. "Eles relacionam informações e formam conexões com mais facilidade", diz a psicóloga Cristiane Cruz, presidente da Mensa Brasil, associação que busca reunir os 2% mais inteligentes do país. Ou seja, seríamos todos superdotados - e ainda mais poderosos. 

Ainda assim, ninguém seria bom em absolutamente tudo. Alguns teriam facilidade para música, outros para física. "Mesmo mais inteligentes, continuaríamos sendo diferentes um do outro desde o nascimento, porque os genes de cada um interferem na inteligência", diz Ailton Amélio, professor de psicologia da USP. Há algo, no entanto, que seria comum a todos: nosso cérebro ficaria cansado de tanto trabalho. E, exatamente como um computador, daria pau de vez em quando, nos deixando com uma bela dor de cabeça. 

De pirar o cabeção 

A vida com um cérebro em modo máximo 

Deu branco 

Áreas estimuladas do cérebro gastam 1% mais energia do que as em repouso. Esse trabalho extra resultaria em uma canseira mental. E o cérebro pifaria vez ou outra, nos dando dor de cabeça e brancos na memória. 

Asas à imaginação 

A criatividade correria solta e ninguém ficaria preso a uma única área. Seríamos como Leonardo da Vinci: ele pintou quadros, estudou o corpo e inventou geringonças. A inovação caminharia mais rápido. 

Bipolares 

O tamanho de certas áreas do cérebro está ligado a traços da personalidade. Intensificar a atividade delas seria exacerbar esses traços. Tímidos nem sairiam de casa. Extrovertidos seriam uns palhaços. 

Razão e insensibilidade 

Usaríamos a lógica para calcular todas as consequências de nossos atos. E as consequências das consequências. Uma pesquisa com superdotados mostrou que 87,5% dos participantes eram perfeccionistas. Como eles, sofreríamos buscando sempre a melhor escolha. 

Multitaskeando 

Concentrar-se em uma só coisa seria difícil. Ficaríamos o tempo todo ligados, mudando de uma atividade para outra. É o que acontece com os superdotados - 76% deles se mostraram hiperativos em um estudo brasileiro, enquanto na população essa parcela é de só 5%. 

Fontes Mensa Brasil; Ailton Amélio da Silva, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP); Alexandre Valotta, neurocientista e professor da Universidade Federal de São Paulo; Testing Predictions from Personality, Neuroscience: Brain Structure and the Big Five, de Colin G. DeYoung e outros; Voices of Perfectionism: Perfectionistic Gifted Adolescents in a Rural Middle School, de Patricia A. Schuler.
 Revista Superinteressante

Horóscopo de hipocondríaco

As previsões para ofuturo da sua saúde
Janeiro
Moléstia típica: Autismo
Causas: Não se sabe. A pesquisa do Centro de Saúde Mental Yehuda Abarbanel, em Israel, levou em conta apenas dados estatísticos. Mas comprovou que dois meses do ano concentram as maiores taxas de nascimento de autistas. No hemisfério sul, eles seriam janeiro e agosto.
Outras doenças do mês: Diabetes, leptospirose e doença de Crohn
Fevereiro
Moléstia típica: Déficit de atenção, que provoca dificuldades nos estudos e relacionamentos
Possíveis causas: Falta de nutrientes escassos no inverno e gestações marcadas por dietas mal reguladas. Atingiriam especialmente os bebês que atravessaram os primeiros meses pós-concepção no frio de junho e julho
Outras doenças do mês: Asma
Março
Moléstia típica: Depressão
Possíveis causas: Carência de calor e raios solares. Estudo da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra, ouviu 40 mil pessoas e concluiu que quem passa os seis primeiros meses de vida no inverno tende a ser mais pessimista. Quase 60% dos nascidos no período que antecede o frio se consideram azarados e são mais propensos à depressão
Outras doenças do mês: Eczema e asma
Abril
Moléstia típica: Doenças de pele
Possíveis causas: Clima seco nos primeiros meses de vida e ressecamento precoce da pele. Os efeitos da baixa umidade do ar nos bebês foi demonstrado por cientistas da Universidade de Kyoto, no Japão, que entrevistaram 33 mil jovens
Outras doenças do mês: Asma, bronquiolite e pneumonia
Maio
Moléstia típica: Bronquiolite e pneumonia
Possiveis causas: O vírus sincicial respiratório, mais incidente no final do outono e princípio do inverno. Ele afeta principalmente os recém-nascidos, que mais tarde podem desenvolver uma série de doenças no pulmão. No Brasil, a incidência do vírus atinge seu pico no mês de maio
Outras doenças do mês: Infecções no pulmão e problemas cardiovasculares
Junho
Moléstia típica: Esquizofrenia
Possíveis causas: A exposição do feto a um vírus sazonal no segundo trimestre da gravidez, quando o cérebro está em formação. O estudo foi feito por cientistas da Dinamarca, que pesquisaram as relações entre estações do ano e desordens comportamentais
Outras doenças do mês: Bronquiolite e pneumonia
Julho
Moléstia típica: Hipersensibilidade alérgica
Possíveis causas: Contato com grãos de poeira ou alguns tipos de pólen nos primeiros três meses de vida. Cientistas da Universidade de Helsinque, na Finlândia, afirmam que crianças com primeira infância na primavera correm risco de desenvolver alergias a certos grãos de pólen nos 20 anos seguintes
Outras doenças do mês: Mal de Alzheimer, epilepsia e esquizofrenia
Agosto
Moléstia típica: Narcolepsia, doença que causa ataques de sono incontroláveis
Possíveis causas: Não se sabe, mas uma pesquisa com mais de 800 portadores de narcolepsia na França, Canadá e Estados Unidos comprovou que o número de sonolentos nascidos às vésperas da primavera é significativamente maior
Outras doenças do mês: Esclerose múltipla, epilepsia, autismo
Setembro
Moléstia típica: Baixa longevidade
Possíveis causas: Não se sabe, mas uma pesquisa do Instituto Max Planck, da Alemanha, comparou mais de 1 milhão de óbitos e constatou que os nascidos na primavera vivem menos e tendem a adoecer mais após os 50 anos
Outras doenças do mês: Leucemia, dislexia, esclerose múltipla
Outubro
Moléstia típica: Esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença que causa atrofiamento dos músculos e pode ser fatal
Possíveis causas: Falta da vitamina D, sintetizada no corpo pela ação do sol. Nos meses de inverno, a menor incidência de raios solares faz diminuir no organismo da gestante esse tipo de vitamina
Outras doenças do mês: Dislexia, mal de Parkinson
Novembro
Moléstia típica: Anorexia
Possíveis causas: Exposição da gestante a um vírus de inverno, especialmente o da gripe. De acordo com um estudo feito pelo Hospital Royal Cornhill, da Escócia, o risco de anorexia em mulheres nascidas nessa época do ano é de 10% a 15% maior
Outras doenças do mês: Diabetes, esclerose múltipla
Dezembro
Moléstia típica: Diabetes
Possíveis causas: Infeções intra-uterinas aumentam a predisposição à doença. A relação foi estabelecida pela alta incidência de diabetes nos casos de síndrome da rubéola congênita. Outra influência é um vírus intestinal que ataca grávidas nessa época. As conclusões são de uma pesquisa da Universidade de Oxford, na Inglaterra Outras doenças do mês: Dislexia, déficit de aprendizagem
Relógio biológico
Doenças quese valem do horáriopara atacar
Manhã - Das 6h às 12h
Moléstia típica: Infarto
Possíveis causas: Aumento natural da pressão arterial, que diminui durante a noite. Outro indutor é o funcionamento pleno do sistema de coagulação sanguínea, que pode bloquear vias coronárias estreitas
Outras doenças: Depressão e dengue
Tarde - Das 12h às 18h
Moléstia típica: Gripe e dificuldades respiratórias
Possíveis causas: A diminuição do hormônio cortisol no sangue deixa mais frágil o sistema imunológico. O corpo também fica mais vulnerável à poluição e ao monóxido de carbono
Outras doenças: Dengue e malária
Noite - Das 18h às 24h
Moléstia típica: Febre
Possíveis causas: O horário tem o pico da variação natural da temperatura humana. No começo da noite, o calor do corpo atinge 37 0 C. Para os que já estão com o organismo aquecido, a febre arde com maior intensidade
Outras doenças: Dor nas costas e irritações na pele
Madrugada - da 0h às 6h
Moléstia típica: Crise de asma
Possíveis causas: A diminuição da concentração de adrenalina e cortisol no sangue e o estreitamento dos brônquios. A mudança, imperceptível para a maioria das pessoas, é suficiente para deflagrar a crise em asmáticos Outras doenças: Ataques na vesícula biliar, diabetes e úlcera
Revista Superinteressante

E se não houvesse decomposição?


Do cheiro ruim de animais mortos à gasolina do seu carro, muita coisa não existiria. Mas a principal mudança é na alimentação. Comeríamos como astronautas 
Só lembramos dela quando esquecemos uma maçã no fundo da geladeira. Mas a decomposição é um processo essencial do ciclo da vida. "Graças a ela, a matéria orgânica, aquela que forma os seres vivos, é degradada e retorna à natureza, tornando-se disponível para que outros organismos a utilizem novamente", explica a bióloga da USP Ana Maria Gouw. A decomposição é um processo complexo em que, basicamente, matéria orgânica se transforma em minerais. É por meio dela que é possível reciclar a vida no planeta. Sem esse processo, ela seria linear. Por exemplo, uma floresta usaria os nutrientes do solo para se desenvolver. Mas as árvores morreriam e, como não sofreriam decomposição, o solo não seria enriquecido por seus nutrientes e ficaria pobre para alimentar uma nova geração de árvores e outras formas de vida. "A vida na Terra existe porque há um fluxo de energia e nutrientes entre os seres vivos", diz Gouw. "Se não houvesse a decomposição, os nutrientes ficariam retidos nos cadáveres e nenhuma nova vida poderia ser produzida". O único jeito de a vida continuar seria fazer essa reciclagem de nutrientes em laboratório. Uma maneira um tanto mais elaborada do que já ocorre com os astronautas, que bebem a própria urina reciclada. Nada apetitoso. Por falar nisso, as refeições não seriam lá muito agradáveis. E a geladeira seria só um frigobar.

Se é podre, é bom
Por que a decomposição é tão necessária para a abundância de vida no planeta. E na mesa

Cadeias


Momento de descontração