sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A educação que se espera

Há seis anos, o Brasil tinha pouco mais de 1500 escolas em tempo integral. Hoje já chega a quase 50 mil escolas nesse regime. Evidente que essa expansão da educação como parte integrante do dia-a-dia do alunado não terá efeitos imediatos no conjunto do sistema público de ensino do país, todavia, aponta para uma melhora da qualidade do nosso ensino básico, ainda mais quando relacionado à melhoria de nossas universidades, bem como a expansão do ensino técnico, esta outra conquista fantástica do povo brasileiro nesses últimos dez anos.
Que isso nos empurre para uma outra orientação pedagógica, capaz de romper com a atual, marcada pelo atendimento prioritário dos interesses comerciais de várias editoras de livros e revistas com as quais o MEC principalmente gasta uma nota preta, que bem poderia ser usada para melhor remunerar a mão de obra docente do país, ainda elo fundamental nessa cadeia pedagógica, e ator importante na formação da inteligência brasileira. Como diz o professor Alfredo Bosi, "A valorização do professor do ensino primário e secundário é a chave mestra que abre todas as portas de uma escola eficiente. Professor que ganha mal não tem tempo de estudar, nem de preparar seus cursos ou atender os alunos: é apenas máquina de dar aulas. É apenas PROLETÁRIO DO GIZ."
Com todo o aparato tecnológico hoje em dia à disposição das escolas e dos alunos, renovar anualmente o livro didático incentivando a mesmice travestida de novidade, significa que estamos sendo cúmplices de um nefasto maneirismo que impede o discente de ter contato com as mais ricas fontes do aprendizado que a história nos legou fazendo-os refém de um aprendizado meia-sola. Por isso, só a escola que investe em bons professores é capaz de garantir ensinamento de qualidade, sendo esse o nível que se espera pro Brasil.

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