terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Cinco fatos curiosos sobre os elementos da tabela periódica













Bem, talvez o líder espiritual e político indiano Mahatma Gandhi 
não guardasse mesmo maiores paixões pelo iodo, o elemento 
número 53 da tabela periódica. Seus partidários e discípulos
 espalham o boato até hoje - para prejuízo de muitos indianos.
 A história começou quando o governo imperial da Grã-Bretanha 
impôs taxas exorbitantes sobre a produção de sal na Índia. 
Foi o estopim de uma campanha convocada por Gandhi, em 1930,
 encorajando a população a produzir sal em suas casas. O problema é 
que o sal produzido em casa não continha iodo, que é essencial ao
 crescimento e reduz a taxa de defeitos congênitos. O governo já
 tentou mudar essa situação proibindo a produção caseira, mas
 até hoje existe certa resistência por parte dos indianos, por 
causa do ódio que Gandhi teria ao sal “imperialista” com iodo.


“Pálido, duro de derreter, insolúvel, e com átomos que não se parecem 
em nada com moléculas de açúcar”, afirma Sam Kean sobre o 
elemento berílio no livro The Disappearing Spoon (sem edição no Brasil). 
Mesmo assim, este metal tem o mesmo gosto que o açúcar.
 A diferença é que ele pode ser bastante tóxico. E, se for inalado,
 pode provocar pneumonite química. Enrico Fermi (1901-1954),
 físico italiano que ajudou a desvendar o poder da energia nuclear, 
morreu aos 53 anos vítima de uma pneumonite causada pela inalação 
excessiva de pó de berílio, usado em experiências com urânio radioativo.


Conforme a mitologia grega, tudo que Midas tocasse virava ouro.
 A lenda pode ter nascido noreino da Frígia, atual Turquia, no século VIII a.C.
 Tudo indica que a região era rica nos elementoszinco e estanho, que juntos 
formam o latão. Pode latão tenha iludido os súditos do rei. A história 
foi posta à prova em 2007, quando um professor ser então que o brilho
 dourado do de metalurgia da Universidade de Ancara, capital da
 Turquia, montou uma fornalha primitiva para derreter os minérios locais.
 O resultado foi uma barra dourada. “Não dá para afirmar que os antigos 
acreditavam realmente tratar-se de ouro, mas bastava que alguns 
acreditassem para a lenda se espalhar”, afirma Sam Kean, autor do
 livroThe Disappearing Spoon (sem edição no Brasil).


Se Midas era capaz de transformar qualquer coisa em ouro, a natureza 
tratou dela mesma transformar ouro em algo sem qualquer valor.
 Na verdade, criou a pirita (dissulfeto de ferro),que ironicamente brilha 
mais e é mais dourada que o ouro de verdade. Daí ser conhecida como
 ouro dos tolos. Na Austrália, porém, a natureza foi ainda mais 
perversa. Em 1893, uma corrida do ouro levou milhares de pessoas
 para o outback australiano. O local se tornou rapidamente uma cidade, 
feita com pedregulhos que os mineiros achavam não ter valor. Na verdade, 
a cidade foi construída com algo mais precioso. O ouro, por causa de suas
 propriedades químicas, não se liga a quase nenhum outro elemento. 
A exceção é o telúrio, de que resulta a calaverita, ou telureto de ouro,
 que é amarelo e lembra levemente o ouro. Até que alguém na cidade
 tomou consciência de que estavam jogando fora era calaverita e que, pior, 
era muito fácil separá-la do ouro. Resultado: a cidade foi praticamente
 colocada abaixo pelos mineiros. Chaminés, calçadas e até o pavimento
 das ruas foram arrancados à base de picaretadas. A região de Kalgoorlie 
se tornou nos anos seguintes a maior produtora de ouro do mundo.


Uma pegadinha comum nos laboratórios de química é fazer uma colher 
de gálio, um elemento parecido com o alumínio, e servi-lo com chá quente.
 Como ele derrete a 29 graus Celsius, a impressão é de que o chá engoliu 
a colher (veja no YouTube). Mas nem só de pegadinhas vive o gálio. 
Foi o primeiro elemento descoberto após a formulação da tabela periódica 
de Mendeleiev, e serviu como prova de que a teoria do químico russo estava correta.

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