segunda-feira, 9 de março de 2015

A SOCIABILIZAÇÃO E VYGOSTSKY

 A teoria sócio histórica e cultural da aprendizagem e do ensino, liderada por Vygotsky, como sua denominação nos indica, enfatiza os aspectos sociais e culturais no processo da aprendizagem (e realmente em todo o desenvolvimento humano, no que diz respeito ao psiquismo), entendendo-se o social macro conceitualmente como o âmbito geral onde interagem os seres humanos em determinada população pertencente a uma sociedade específica; e o cultural, do ponto de vista micro conceitual, como o âmbito social particular ao qual pertence cada indivíduo em interação com seus semelhantes, que pode ser de tipo étnico, religioso, tradicional, geográfico, entre outros.  Nesta concepção, o cultural e o social se entrelaçam e se incluem entre si: a cultura faz parte do social e o social tem uma de suas expressões na cultura que, por sua vez, desenvolve o social. Desta forma, acontece toda uma influência social em geral e cultural em particular, expressa fundamentalmente pelo processo educativo que atua sobre cada membro da sociedade culturalizada, através principalmente da família e da escola, porém também através dos grupos, da mídia, das outras pessoas, das diferentes instituições públicas e privadas, enfim, de tudo o que é produzido pelo conjunto de seres humanos em interação, isto é, pela sociedade e pela cultura.Tanto na evolução filogenética como ontogenética, o ser humano vai incorporando novas dotações em sua existência biológica e psicológica que o distanciam do resto dos animais, mesmo dos mais evoluídos. Assim, o natural obtido geneticamente na espécie e/ou em cada homem se modifica para deixar de ser uma individualidade e converter-se em patrimônio cultural de um grupo de individualidades que interagem entre si.  O que determina este passo do puramente biológico-natural ao grupal-cultural é precisamente a variabilidade das relações sociais, a interação entre os homens em sua luta, primeiro pela sobrevivência e, logo, pela sua melhoria. Deve ficar claro que nestas relações tudo o que é cultural é social, embora nem tudo o que é social é cultural.

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