"O Fies é um sucesso. Tíinhamos 80 mil alunos em sua fase inicial. Hoje são 700 mil, num crescimento exponencial, mais do que geométrico. Estamos falando de um programa que tem um custo anual em torno de R$ 12 bilhões. Mas esse sucesso de quantidade ainda não tem a qualidade correspondente e queremos debater isso". (Foto/247)
Cercado pelo fundamentalismo religioso e estelionatário que extorque as pessoas ao vivo pela tevê; pelo lixo musical despejado pela famigerada indústria fonográfica mancomunada com excremento televisivo como o infame 'Faustão'; e pela torrente de folhetins de péssimo gosto, tratados por vigaristas travestidos de críticos de arte como dramaturgia, o governo vê seus programas de acesso à universidade, por jovens oriundos de extratos sociais mais humildes, perderem seu sentido pedagógico mais profundo, diante do estrago que esse lixo faz na cabeça e na formação dessa juventude.Em entrevista ao site 247, o ministro da educação, Cid Gomes, lamenta que as universidades que adotam o FIES muitas vezes tiraram nota ZERO nos conceitos do próprio ministério, demonstrando a total falta de condição dessas na formação de profissionais qualificados não só pro mercado de trabalho, mas também como integrantes de um contingente populacional formador de opinião na sociedade. Pateticamente, apesar do diploma que conquistaram, não passam de uma espécie de 'gado novo' pronto a fazer eco ao que esse lixo cultural diverso despejado em suas cabeças, cerrando fileiras ao lado desse conservadorismo acrítico e empobrecedor da inteligência do país.
Nesse sentido, o MEC pode muito. Pode, por exemplo dar um passo além na oferta de material didático que ultrapasse o cômodo e enganador texto extraído de uma obra/fonte, bem como pode tornar leituras obrigatórias nas salas de aula obras que são fundamentais na formação cultural do país. Autores como o físico José Leite Lopes, por exemplo, pode e deve ser leitura obrigatória na área das anteriormente chamadas 'ciências exatas' a fim de aguçar o espírito crítico que todo jovem carrega em si e que a escola vem negligenciando e o dia-a-dia sufocando. Com isso, abre-se a possibilidade de proporcionar ao discente a informação precisa de que não existe saber neutro, habilitando-o a decifrar os enigmas que essa ideologia reacionária que lhe é imposta seja entendida como realmente é para ser superada.
Infelizmente, mesmo com o fim formal do regime militar, ainda estamos sob o jugo de certos entulhos deixados pelo tipo de pedagogia adotada à época. Sepultar definitivamente essa pedagogia pseudo pragmática e efetivamente doutrinária é o desafio que está posto ao Ministério da Educação, nesses tempos nunca dantes vividos, de farta democratização do ensino universitário. Não precisamos de proselitismo, apenas de conhecimento profundamente crítico deste continente que se chama Brasil.
Postagem gentilmente cedido pelo blog Nailharga.
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